quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Era um pobre cavaleiro,
taciturno e modesto,
o ar pálido e sombrio,
espírito bravo e directo.
Na alma só uma imagem,
única e estranha à razão,
e uma marca profunda
cravada no coração.
Desde então, de alma queimada,
até à hora da morte
com as mulheres não tratava
trato de nenhuma sorte.
Em vez de fota, um rosário
trazia sempre ao pescoço,
perante ninguém erguia
a viseira de aço do rosto.
Fiel ao seu doce sonho,
impregnado de amor puro,
escreveu com o próprio sangue
A.M.D. sobre o escudo.
E, voando por sobre as rochas
nos desertos palestinos,
se gritavam por suas damas
na batalha os paladinos,
ele, selvagem e bravo,
sobre os mouros, poderosa,
lançava como um raio:
Lumen coeli, sancta Rosa!
De volta ao castelo ermo,
em reclusão viveu,
sempre calado e triste,
e como um louco morreu"
Púchkin

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