terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tenho Barcos, Tenho Remos

"Tenho barcos, tenho remos
Tenho navios no mar
Tenho amor ali defronte
E não lhe posso chegar.

Tenho navios no mar
Tenho navios no mar
Tenho amor ali defronte
Não o posso consolar.

Já fui mar, já fui navio
Já fui chalupa, escaler
Já fui moço, já sou homem
Só me falta ser mulher.

Só me falta ser mulher
Só me falta ser mulher
Já fui moço, já sou homem
Já fui chalupa, escaler."
José Afonso

sábado, 10 de outubro de 2009

mundo que perdes
Porque desesperas com a minha existência?

Bestas da água, emerjam,
Revoltem o mar,
Afogando-me na vossa ânsia;
Destruam-me os navios,
E eu morrerei, naufragado.

Bestas da Terra, insurjam-se,
Galopem no vosso ódio,
E tentem escorraçar-me;
Rasguem e desfiem a minha carne,
Para ao menos os vossos filhos alimentar.

Bestas do Ar, voem,
Algemem-me nas amarras do Destino,
Na tentativa de me sacrificar ao Sol
E servir de testemunha
Do vosso idílico feito.

Mas... Eu sou eu,
E nada mais do que eu...
Sou assim, simplesmente eu.

Sim, sou a vossa infame
Caixa de Pandora.
Sim, sou a vossa tão desejada
Pedra Filosofal.
Eu sou tudo!
E nada...

E tu, Mundo, mostra a tua outra Natureza,
Aquela, destruidora, ávida de sangue,
Para me exterminar,
Para extinguir a minha
Já breve chama.

Sim, vou desaparecendo,
Deste Mundo que já não me quer,
Tal como as bestas dos três elementos,
Enquanto o verdadeiro quarto vai escasseando.

Mas, mundo que fedes,
Porque desesperas com a minha existência,
Se choras ainda mais sem ela?

O quê? Choram agora,
Golfinhos e tubarões?
As vossas lágrimas não se
Descobrem no mar.

O quê? Choram agora,
Cães e tigres?
As vossas lágrimas
Perdem-se nas vossas plantas.

O quê? Choram agora,
Gaivotas e abutres?
As vossas lágrimas
Secam com o Sol.

Agora é que se importam?
Nem tudo o que luz é ouro,
Mas nem tudo o que fede é obsceno.
Ó Mundo, onde vais tu parar?


Ricardo Pereira

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nobel Investments

Em tempos de crise, o mais fundamental é o investimento.
Desta vez, a Fundação Nobel é mais uma investidora neste novo Mundo, surpreendendo quase todos. Barack Obama é o nomeado para o Nobel da Paz. Ainda não fez muito é certo. Mas o apelo pela mudança, a espontaneidade e honestidade das suas acções foram certamente decisivas para este facto. É muito cedo, claro, mas, especulando, terá provavelmente sido para elogiar o seu esforço inicial e para o incentivar a fazer mais pela paz e cooperação internacional.

O que verdadeiramente me fascinou foi outro investimento do dia. Foi o Prémio Sveriges Riksbank de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, mais conhecido, erradamente, por Nobel da Economia, que este ano foi atribuido, pelo que é dito no blog de Greg Mankiw, a Quintus Pfuffnick. É de imaginar que seja uma personalidade tão importante, quanto o seu nome parece complicado, mas a verdade é muito simples. Quintus Pfuffnick. Estudante do primeiro ano de doutoramento, bastante jovem, sem quase experiência nem grande trabalho científico publicado. Espanto geral. Paul Krugman imagina que o esforço do jovem economista em harmonizar a eficiência com a igualdade seja das principais razões para tamanha distinção, suportada ainda pelo facto de grandes coisas se virem a esperar do rapaz.
Só há uma pergunta a fazer: Terá sido isto para Quintus um turbo ou uma cruz?

Great things are expected .

domingo, 4 de outubro de 2009

Consequências: Aceites

O meu joelho dói, mas não dói. Era uma vez uma feliz e turva Noite dos Horários quando, devido a uma possível tábua mal alinhada e a uns quantos buracos recém-criados no chão visando aposentar-me, no meio de um salto, literalmente lixo o joelho. Ninguém reparou no momento em que eu me lesionei, exceptuando, penso eu, a Paulita do Bar da FEUC e o Góis Fixe, mas aguentei-me. Quiçá o maior estrago tenha sido feito depois. Não quis ir para casa; não ia perder uma Noite dos Horários por causa de um joelho e, por causa disso, passei o resto da noite toda a massacrá-lo. Ainda assim, não me arrependo. O joelho doeu-me nos primeiros dias, e hoje passado quase duas semanas ainda me dói num ou outro movimento, mas dói-me a cada momento do meu dia. Não pretendo ser melodramático ou trágico, mas sinto-me frustrado de não poder andar à vontade pela cidade, como normalmente o faço. Sinto-me frustrado de não poder sair decentemente à noite, por medo de me descuidar no joelho e provocar mais um retrocesso na recuperação. Dói-me a minha actual fraqueza física, mesmo que temporária.

Isto tudo porquê? Porque, no fundo, apesar de me doer, eu não choro por estar aleijado, não estou chateado com o mundo por não poder fazer aquilo que quero, quando quero. Porque aceito. Normalmente é algo que falta às pessoas, a aceitação.

A aceitação das consequências é das coisas mais importantes que deve estar interiorizada no carácter de uma pessoa, medir o custo-benefício do que estamos a fazer. Não é conversa de aspirante a economista, é apenas uma palavra bonita, mas objectiva, do que normalmente faço quando me meto nalguma coisa.

Vamos a exemplos:
Quando uma pessoa está a copiar e é apanhada pelo professor, qual é o motivo para ficar chateada? Não estava a fazer algo lícito e foi apanhada, por isso o que é justo é arcar com as consequências. E, na minha sincera opinião, nem envergonhada deve ficar, afinal de contas, estava a fazer pela vida, e se existe mesmo a vontade de ficar envergonhado, então essa mesma pessoa deve-se envergonhar de não ter conseguido copiar mais discretamente, afinal a verdadeira regra não é "Não se pode copiar", mas "Não se pode ser apanhado a copiar."
Mutatis Mutandis para o excesso de velocidade na estrada.
Nota: Não estou a incentivar o excesso de velocidade, nem algo de semelhante. Neste caso temos de ter em atenção ainda mais a análise, porque para além do nosso futuro podemos estar a implicar o dos outros e isso é bem mais difícil de aceitar.
Passando ao meu caso, porque sim, queridos paizinhos e professores, eu não ando na estrada com excesso de velocidade (excepto quando ando a pé) nem copio, eu aleijei-me no joelho, sabiam?
Mas não culpo ninguém e aceito. Eu sabia que tinha uns joelhos de um velho - o da direita acabou de envelhecer cerca de 10 anos, passando oficialmente para a terceira idade (o da esquerda ainda está em fase de pré-reforma - mas, ainda assim quis ser pandeireta. E quero continuar a sê-lo. Peço desculpa aos restantes, mas não há nada como estar à frente de um palco a sentir os fanáticos a cantarem as nossas músicas, a sentir a vibração deles e, mais que isso, vibrar com eles. Puxar por eles, gritar com eles, cantar com eles. Penso que isto ultrapassa claramente a barreira do custo.
Aliás, mesmo com o joelho assim, a ter de andar por Coimbra com uma muleta, e a não poder voltar a estar como estava durante mais umas, espero que poucas, semanas, mesmo assim, continuo milionário.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Era um pobre cavaleiro,
taciturno e modesto,
o ar pálido e sombrio,
espírito bravo e directo.
Na alma só uma imagem,
única e estranha à razão,
e uma marca profunda
cravada no coração.
Desde então, de alma queimada,
até à hora da morte
com as mulheres não tratava
trato de nenhuma sorte.
Em vez de fota, um rosário
trazia sempre ao pescoço,
perante ninguém erguia
a viseira de aço do rosto.
Fiel ao seu doce sonho,
impregnado de amor puro,
escreveu com o próprio sangue
A.M.D. sobre o escudo.
E, voando por sobre as rochas
nos desertos palestinos,
se gritavam por suas damas
na batalha os paladinos,
ele, selvagem e bravo,
sobre os mouros, poderosa,
lançava como um raio:
Lumen coeli, sancta Rosa!
De volta ao castelo ermo,
em reclusão viveu,
sempre calado e triste,
e como um louco morreu"
Púchkin

domingo, 26 de julho de 2009

Variados Gloriosos

Caros Portugueses,
venho-vos apresentar os três Gloriosos. O primeiro é a minha pessoa. Vim para cá escrever, por causa de um convite do Magnifique há muito tempo e como esse parvalhón está de férias e a stupida da Pata não escreve, claro está que vim animar o blog com a minha fantástica presença.
Estou agora com a minha mulher e os meus filhos e claro está com o meu chien, Eric Cantona (cuidado que ele morde). Eu tenho 43 anos e vivo no Luxembourg há uns anitos por isso viemos na air france até Lisboa e alugámos um mercedes para vir cá para baixo, c'est bien.

Mas já chega de falar das minhas férias, fica para depois. Eu vim escrever por causa do glorioso Cristiano Rónaldo que foi para o Real e falar daquela apresentação digna dele. Foi soberba! 85 mille pessoas, mon Dieu! e quando estavam a tocar os Xutos, eu pensei, 'ah non, ça n'est pas possible', mas eram eles! estava era à espera que a SIC os mostrasse mas não os mostrou. Quando voltar ao Luxembourg vou ver se alguém lá do club gravou, porque aposto que a TV5 os mostrou.

Melhor, melhor, só se ele fosse pó Glorioso! Aí sim! De águia ao peito é que ele ia mostrar o verdadeiro valor dele e do Benfica àqueles galegos que andam aí nas corrupções do futebol português!

Enfin, agora vou a Vilamoura, mas antes vou levar os meus filhos a tomar banho, que vamos jantar lá àqueles restaurantes geniais e depois devemos dar uma passeio a ver os iates.

xau,
Tó-Zé Oliveira

terça-feira, 14 de julho de 2009

I am not here, well, probably.

I'm here, but I'm not here. I'm not here just because there is a probability of me not being here. If there is a chance then I'm probably not here.

Yet, the probability of my presence here will reduce even more, because I'm probably going to somewhere, probably Algarve, probably somewhere. Yes, definitely maybe somewhere. I can't say for sure, there are odds against me. But I'll surely come back probably by the end of the summer to probably post something in here. Maybe something in the middle of holidays, who knows. Well, I can't be sure, there is probability in everything.

It's just Physics, you know?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pressão

Pressão. É o que existem mais hoje em dia, mas não existe uma cadeira para ela. Devia. A única coisa que vi parecida com isso foi um exame de uma espécie qualquer de emergência em que os supostos futuros médicos teriam de lidar com a urgência. Será óbvio dizer que chumbariam se o doente morresse.

Cada vez mais temos de lidar com ela, a pressão.
Não aguentam a pressão dos exames? É muito pesada?
Não aguentam a quantidade de matéria? Ou terem de estudar com uma ressaca impossível?
Então como vai ser o vosso futuro?

Se agora é muito pesado e não aguentam, como é que vão aguentar quando, vocês, futuros advogados, tiverem nas mãos um caso que é mais provável que percam do que ganhem?
Como vai ser quando, vocês, futuros informáticos tiverem de criar um programa em menos tempo do que o que realmente têm?
Como vai ser quando, vocês, fututos economistas e gestores, estiverem na gestão de uma empresa que tem os trabalhadores prestes a entrarem em greve, ou que tem momentaneamente falta de stocks, ou mesmo, como não são raros os casos, em que a vossa empresa esteja prestes a entrar falência?
Como vai ser quando, vocês, futuros médicos, tiverem nas vossas mãos um doente prestes a morrer?

Acham que aí a pressão vai ser menor? Acham que aí vão conseguir aguentar com ela?
Não se iludam, aprendam a lidar com ela.

Manuel Pinho

Já há muito que andava a tentar escrever alguma coisa sobre Manuel Pinho, mas nunca saia, o que eu queria falar. Primeiro, porque, apesar do acto reprovável, só é chocante para quem não observa, assiduamente, a Assembleia da República. Segundo, porque, um bom ministro foi expulso por não ter estaleca política. Ontem estava a ler o jornal e li muito do que pensava, por isso, peço desculpa por não ser meu, mas aqui vai:
"O gesto foi reprovável e a sequência inevitável. Haverá como atenuantes, o cansaço acumulado e sobretudo a falta de anos de treino parlamentar, onde se aprende a provocar, insinuar e insultar na fronteira do inaceitável, mas sem nunca a ultrapassar.
Dito isto, o que fica? Um ministro que, para o bem ou para o mal, não foi igual a muitos outros e em várias dimensões.
Antes de mais, foi um 'trouble-shooter', alguém que se empenhava, muitas vezes para além do razoável e sempre até ao limite das suas forças, na resolução de um 'dossier' complicado, mas que à custa de muita preserverança, conseguiu por vezes inverter o final infeliz previsível, o que lhe dava o necessário ânimo para o 'dossier' seguinte. Na sua última intervenção à saída do parlamento, afirmou que "tinha safo mais uns postos de trabalho". Ficará como sua imagem de marca.(...)"
by António Gomes Mota, professor na ISCTE Business School, in Diário Económico.
Um ministro que ultrapassou os limites em tudo, mas, quando é para ser lembrado, ninguém se lembra daqueles que ele ajudou.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Poliexamiotite Regional

Não sou médico nenhum, muito menos especialista nesta área, mas, até eu, consigo diagnosticar esta doença na maior parte das pessoas com a minha idade: chama-se Poliexamiotite Regional.
Esta poliexamiotite regional é como um cancro, em que existe cerca de 33% de probabilidade de ele ser maligno, que é quando ocorre nas zonas balneares.
Convenhamos que, qualquer exame em finais de Junho, inícios de Julho, nos faz passar da cabeça. Quem é que quer andar a estudar numa altura em que estão mais de 30º e a começar a aparecer os turistas pela cidade? Ou andar a frequentar as cantinas, quando a quantidade de mosquitos e outros insectos mais faz lembrar um jardim zoológico, ao mesmo tempo que os jardins da associação estão à pinha? Ou mesmo não sair das mesas das bibliotecas, enquanto os nossos amigos não saem é das mesas das esplanadas?
Digo-vos: É de uma pessoa ficar doente.
Devia haver um procedimento que fizesse com que as cadeiras do segundo semestre fossem avaliadas todas por frequência para não termos de estar em exames nesta altura, porque, acreditem, encontrarmo-nos com poliexamiotite regional na zona balnear, ou do Verão, não é fácil, nem saudável dado o carácter maligno do cancro.
As enchaquecas, a falta de sono, as falhas de memória, a prisão de ventre ou mesmo a dor de cotovelo, são sintomas comuns desta doença, por isso, tenham cuidado e, se por acaso os tiverem, vão imediatamente ao centro de saúde ou hospital mais próximo e procurem aconselhamento do médico. Diagnóstico tardio pode traduzir-se em grande diminuição da esperança média de vida.
Por norma, a cura para esta doença é desistir da época de exames e atirarem-se de seguida a uma boa água do mar, que, com as suas propriedades reestruturativas e de absorção de toxinas, restaurar-vos-á o corpo e espírito. Palavra de economista!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Férias

Estou sentado, a olhar para o céu. Está azul. Perfeito. Está calor. Perfeito. Levanto-me e vou dar uma volta. Vejo as pessoas a tomar um banho na água. Vejo as crianças a brincar com uma bola, outras com um disco. Finalmente, de férias. Agora sim, vou descansar. Ler o que eu quiser, dormir o que eu quiser, fazer o que eu quiser, durante dois meses e meio. Aproveitar uma semana com os meus pais apenas para relaxar e tomar de novo o sabor da praia. Ir a Paredes e apanhar o sabor da música e daqueles com quem já não estou há uns meses. Ir à Figueira e inalar aquele velho cheiro a mar que arduamente resiste neste país, voltar a ver velhos conhecidos, fazer vida noctívaga, mas não a de exames, a outra, aquela mais divertida. Ir à praia de Mira para ir ter com os velhos. Enfim, curtos dois meses e meio de férias que vou ter para descansar destas duas semanas.
Enfim, já chega de divagar, vou-me voltar a sentar na esplanada das docas com os meus amigos e amigas. Apresento-vos já: Pessoal, estes são os livros, livros, este é o pessoal. Pessoal, estas são as folhas, folhas, este é o pessoal.

Acabaram os cinco minutos de intervalo. Que merda. Devia mudar o título para "Férias ao fundo do Túnel". Estou de férias, mas ainda me faltam dois exames. Acabei hoje um. Ah, e afinal são só dois meses de férias, se não forem menos.

Coral do Cifrão

Era uma vez o Coral Quecofónico do Cifrão, a tuna da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Perdão, a melhor tuna da Universidade de Coimbra. Pode não ser a melhor em termos musicais, nos quais somos relativamente cilindrados pela TMUC (por enquanto), mas em espírito, somos, sem dúvida a melhor que há. A receita, essa, não é difícil: primeiro, mais que tudo não pensem que fazem parte de uma tuna, pensem que fazem parte de uma família; segundo, sejam parte dessa família; depois, para dar um ar de tuna à coisa, bebam que nem uns animais e aprendam a tocar qualquer coisa. Sigam os tópicos descritos e terão alguns dos melhores momentos da vossa vida.

Como disse faço parte do Coral do Cifrão. Não é um grupo melhor de amigos do que os outros que eu tenha. É diferente, e isso torna-o assustadoramente atraente. Comecei a percorrer um percurso que só há pouco tempo tinha sonhado, quando fui no terceiro dia das matrículas, uma quarta à noite, a um ensaio na magnífica sede/sala de ensaios/sala de bubadeira mais conhecida por garagens da FEUC. Comecei mal, pessimamente diria eu, não acertava com o passo, mais tarde não acertava com a pandeireta; comecei aí a ser bem praxado. Depois do ensaio fomos ao Madeira e ouvi aí o assustador discurso, do, não menos assustador e não menos cigano, Góis II. Conheci mais personagens, sem dúvida também marcantes, como o Tiago Louro, o Macho, o Siopa e, principalmente, o Ricardo. ahahah, nao era eu, era o outro, o Valentim. Nessa noite fiquei com o nome de Bzatanight Night Bitraizen com Bzatapan um bocadinho de Bziriri e uma beca de Bzararan. Fiz a minha primeira pega de touros com o Macho. Foram entrando pessoas, o Carocha, o Figueiredo, o Careca e o Vieira e o Mike. O resto continua numa bola feita de encruzilhada de memórias e situações que ainda não consegui desentranhar continuando numa amálgama. Talvez um dia, se separe e me permita aqui relembrar tudo.

Fui aprendendo que existem personagens fantásticas e hilariantes (parte da tal parte da diferença que atrai) e que ninguém se importa com as diferenças entre cada um - não Mike, ainda assim, não nos podes matar a todos, nem fazer crescer castanheiros no cú (ai de ti).
A história devia ter seguimento, para poder chegar ao fim, mas não lhe posso dar esse seguimento, dado que, como disse, não tenho palavras para ele, e não posso chegar ao fim, porque, espero eu, esse só chegue quando eu próprio chegar ao fim.


Assim, continuo cada vez mais a gostar das músicas, a amar cada vez mais o espírito, das pessoas que o constituem e, por isso, digo: não, o Coral não há-de morrer, pelo menos tão cedo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Obama, the Fly Killer!

O actual presidente dos Estados Unidos da América, a pessoa conhecida mais poderosa do mundo, a mais conhecida, porque a mais poderosa, obviamente, sou eu. Para além de fantástico orador, líder inato e apreciador de inúmeras marcas portuguesas, como o cão-de-água português, revelou agora qualidades como assassino de moscas.

Estas qualidades, preciosas para qualquer líder foram definitivamente dominadas por este senhor. Não pensei que eu sou contra Barack Obama, bem pelo contrário, sou um profundo admirador do homem, que tem ideais e modos de actuar diferentes de todos os outros líderes mundiais, ideais esses que andam a ser muito precisos na nossa sociedade. É um orador definitivamente fenomenal e, não interessa se por acaso não for ele a fazer os discursos, se, por acaso não for ele, penso que os dirigentes portugueses deviam pedir-lhe o número dele, porque, definitivamente, os subordinados deles não têm jeitinho nenhum para a coisa.

Daí o facto de eu pensar, cada vez mais, que os líderes são formados e, daí eu dizer que o Obama é a pessoa conhecida mais forte do mundo: uma pessoa que jogava basket e que se drogava, tendo, na altura os ideais, incutidos pelo avô e pela mãe, alterou o seu rumo de vida e treinou-se na arte de falar, dado que tirou o seu curso numa das mais brilhantes universidades do país e treinou-se também, na sua casa, na arte de matar moscas; comparado comigo, o Obama é um menino. Quando eu era pequeno era especialista na arte de matar, não só moscas, como mosquitos e especialmente formigas! Eu era um verdadeiro especialista, cheguei a matar colónias inteiras de formigas, um verdadeiro Apartheid, por isso já só me faltam os ideais e a arte de bem falar, mas também ainda agora entrei na faculdade, o assassino de moscas só as desenvolveu também na universidade.
Mas não se preocupem, eu não quero ser a pessoa conhecida mais forte do mundo, não gosto de atenções, provavelmente vou ser o chefe de uma organização criminosa ultra-secreta em que os membros não se conhecem uns aos outros, muito menos vocês, por isso, quando andarem pela rua tenham cuidado e olhem sempre por cima do ombro, nunca sabe o que vos pode acontecer.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Europeias 2009

Chegámos ao fim de mais umas eleições no nosso país, as primeiras para mim. E o país vive uma falta de seriedade incrível, como de costume. Não que se andem para aí a rir a bandeiras despregadas, mas continuam nos mesmos jogos de pseudo-ilusionismo que só não vê quem quer.
As eleições eram europeias; pois bem, quais foram os assuntos europeus que se discutiram nesta campanha? O persistente insistir na má escolha dos investimentos públicos, o habitual caso freeport, o novo insistir nos maus planos para conter a crise em Portugal. Não interessa quem tem razão, se a oposição se o partido do Governo. Estas eleições deveriam ser sobre o nosso futuro na Europa, não sobre o nosso futuro em Portugal. Não sou nenhum especialista político, bem longe disso, sou apenas um cidadão desconhecedor de muita coisa deste nosso país e deste nosso mundo, mas que vive intrigado com o estado da política no nosso país, que é, a cada dia que passa, mais degradante.
Se a campanha foi penosa, a pós-campanha foi ridícula:
- Qualquer partido da oposição tomou como elação principal a retirar das eleições o enorme cartão amarelo, vermelho, verde tinto ou o que quer que seja, que a população portuguesa mostrou ao governo. Há que lembrar algumas pessoas que ainda falta algum tempo para as legislativas. É verdade que pode haver pessoas que votem, estando aí ideologicamente erradas, contra o governo, mas não podemos pensar assim, porque, se por acaso assim for, que é o que eu temo, não é só a nossa camada política que vive tempos degradantes.
- Tivemos uma excelente campanha do PSD que apostou bastante forte nestas eleições com um bom candidato e uma ou outra boas ideias (penso que a única que vi foi a de criar um programa semelhante ao Erasmus para o primeiro emprego, ideia que não sei se é de todo realizável) e, penso eu, uma tentativa furada do PS em ganhar votos numa esquerda mais radical, mais à esquerda, por assim dizer, com um candidato ex-comunista. Os partidos mais à esquerda tiveram boas prestações comparadas com as eleições anteriores e muito se deve, provavelmente ao facto de haver muito poucas pessoas neste país que gostem do afável Vital Moreira, o que, de facto, não é o meu caso.
- Houve também, por fim, mais dois aspectos que penso que são de salientar, um bom e um mau; primeiro os elevadíssimos e, infelizmente, crescentes, em comparação com as anteriores eleições europeias, níveis de abstenção que se verificaram, o que demonstra, mais uma vez, o descrédito que a sociedade portuguesa tem pela política em Portugal; e, também, a grande subida dos votos brancos, facto que tentaram passar despercebido, ou mal entendido. As pessoas dever-se-iam lembrar que, para mudarem alguma coisa, se não gostam dos políticos que as querem representar, que a sua maior arma é, não a abstenção, mas o voto em branco. O voto em branco significa que as coisas no geral não estão bem e que precisam de uma grande lavagem. Eu? Votei em branco, como pelos vistos, mais, provavelmente, 10% dos votantes. A campanha foi medíocre, ninguém informa dos projectos para a Europa e tomam apenas estas eleições como um aquecimento para as próximas o que é, no mínimo, desprezível. Mas toda a gente tenta esconder o número crescente dos votos em branco, tentando, quiçá, fazer pensar com que eles não existem, porque, até no site da união europeia para estas eleições, os votos em branco são incluidos com os dos partidos que não tiveram número de votantes significativo.
.
Por isso, penso eu, há coisas que estão muito mal e que têm de mudar, o único problema é que não há quem as mude e há quem queira que elas não mudem. Enfim, como diria o professor Paulo Saraiva, de Cálculo I e II: "Deixa-se o desenvolvimento deste exercício (de consciência e de elações a tirar) a cargo do leitor".
Saudações europeias,
O Magnífico.

sábado, 6 de junho de 2009

Conversas de Elevador

Existe uma coisa que eu adoro, as conversas de elevadores. São pura e simplesmente fantásticas. Variam desde o famoso tema do tempo, desde o mau vizinho que está sempre a fazer barulho, à estúpida da vizinha que está sempre a largar água da varanda dela e a molhar a nossa roupa, ou mesmo de como vai a família, cuja resposta é, invariavelmente, "Vai bem...".
Existem também aquelas boas conversas embaraçadas, que ocorrem principalmente quando vão dois amigos no elevador e o elevador, abre-se a meio de uma frase mais constrangedora, e entra um vizinho, podendo ou não continuar-se a conversa dependendo do tema ou mesmo mudar o rumo para disfarçar o que foi dito e tentar fazer o outro pensar que só havia imaginado ouvir aquilo que realmente foi dito.
Porém, o mais comum é a tradicional conversa muda: entra-se no elevador, olha-se para cima quando o vizinho está a olhar para baixo e olha-se para baixo quando o vizinho passa a olhar para cima, como uma dupla de supervisores contra um qualquer crime que possa decorrer de imediato dentro daquele elevador. Sinceramente dá-me uma enorme vontade de rir quando isto acontece, dado o absurdo da situação; as pessoas são cada vez mais individualistas, fecham-se cada vez mais em casa, perdendo a capacidade de falar com os vizinhos, ao contrário do que era antigamente, quando os vizinhos, nos bairros, eram todos conhecidos, todos sabiam da vida uns dos outros, etc etc. No entanto, é importante realçar que, "felizmente", existe mais conversa entre vizinhos, para além da conversa de elevador, existe uma boa conversa entre vizinhos que, por enquanto, não tem grande diversidade, variando entre "Baixe o volume da música ou eu chamo a polícia!" e "A porcaria do seu despertador acorda-me todos os dias de manhã!".

A constrangedora situação de quando duas pessoas que se desconhecem ficam sozinhas porque os elos de ligação foram fazer outra coisa qualquer ou conversar com outras pessoas fica para outro dia.


CONFRATERNIZEM COM OS VOSSOS VIZINHOS !

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Balões no ar

Era uma vez um balão, com forma de cabeça, que andava SEMPRE NO AR!

Essa cabeça, que era um verdadeiro balão, era do Ricardo Pereira, que andava sempre com o balão, com forma de cabeça, NO AR.


Já tão farto do balão, eu só não o pico para rebentar, porque É A MINHA CABEÇA!



Juro, que não sei quem é que me fez assim, nunca fiz os testes de ADN para confirmar, mas juro também que me passo comigo próprio. Como é possível eu esquecer-me de tudo?
Enfim, para quem não está a par, esqueci-me de me inscrever para o segundo teste de Cálculo II, algo fundamental para quem quisesse ficar em avaliação contínua, como é o meu caso. Mas não, SUA EXCELÊNCIA RICARDO PEREIRA ESQUECEU-SE DE ENTREGAR A MINHA INSCRIÇÃO NO SEGUNDO TESTE! Juro, ele é vergonhoso e merece todo o meu desprezo. Duvido muito que agora haja alguma coisa a fazer, vou amanhã tentar falar com a regente da cadeira.


JÁ SEI! Vou organizar uma manif para o Estado me disponibilizar uma pessoa para me servir de agenda!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Quero mais manifs!

Coimbra está na mesma, mas ainda assim dá vontade de rir. Quiçá nos andemos a almejar partilhar o podium "manifesteiro" português com a CGTP e o PCP

Os Comunas continuam a fazer manifs por dá cá aquela palha. A DG continua a fazer com que elas sejam rejeitadas por terem apenas uma semana e meia, duas de preparação.
Por outro lado, a mesma DG, para não deixar os Comunas tristes, propõem uma manif com umas largas 5/6 horas de preparação, que os Comunas, por seu lado, rejeitam.

Ou seja, como já não é novidade, e seria de esperar, isto aqui é um Portugal dos Pequenitos da Assembleia da República. Isto assim é uma palhaçada. Ao menos que reivindicassem coisas de jeito, como uma semana de férias entre o fim das aulas e os exames. Ou então umas poltronas com massagens pagas pelo Estado para melhorar o rendimento escolar.

Mas, hoje, eu, que estava à espera de ir a assistir a um mau jogo de futebol, acabei por só assistir a meio. Estava para sair aos 55 minutos do Académica-Naval que estava 0-1, é verdade, mas não. Entretanto, do nada surge o 1-1. E mais espectacular, do nada surge o 2-1. Depois não foi do nada, foi da moral, que faz muito bem às pessoas, em especial aos jogadores de futebol, surgiu o fantástico 3-1 e esta vantagem só não foi ampliada porque os jogadores da nossa Briosa lá têm os seus limites de qualidade. No entanto, admito que me surpreenderam profundamente. Habituado a ter uma equipa de futebol que representava, ideologicamente, a terceira maior cidade do país, equipa essa que ou se encontrava a lutar pela manutenção, ou na segunda liga, este ano está, a um jogo do fim da época, num magnífico 7º lugar. E se a DG fosse hoje às 6h da manha reivindicar estádio cheio em Coimbra? Ou mesmo um orçamento só para a nossa grande Briosa? (Pobre esquecida secção de Futebol da AAC, o verdadeiro clube dos estudantes).

Mas, perfeita, perfeita, não, não era a Superbock. Prefiro a Sagres. E se conseguissem com que a ministra da Educação me pagasse uma por dia, votava neles para a DG da próxima vez que se candidatassem, juro. Mas só se o conseguissem através de uma manif às 6h da manhã.

Praxe Académica da Universidade de Coimbra

Caros amigos, peço desculpa pela ausência, mas a inspiração, pelo menos a minha, não é como a fonte do Luso que está sempre a dar, vai e vem, conforme lhe apetece. No entanto, não venho aqui por inspiração, decidi, apenas, falar-vos de um dos assuntos que mais me apaixonou no último ano e, certamente, me continuará a apaixonar nos próximos: A praxe. Não uma praxe qualquer, a praxe de uma das universidades mais antigas, a praxe académica da Universidade de Coimbra.

Como devem ter reparado, sou absolutamente a favor da praxe, desde que seja bem feita, dentro dos seus limites de bom senso. A praxe académica da Universidade de Coimbra está definida como "conjunto de usos e costumes tradicionalmente existentes entre os estudantes da Universidade de Coimbra e os que forem decretados pelo Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra."
É, principalmente, uma forma de integrar pessoas num novo grupo e espaço social. No entanto, muitos pensam que este é o seu único propósito; essas pessoas caem num grande erro. Costumo eu dizer que a Universidade de Coimbra nao forma estudantes, forma Homens; e, sim, é bastante importante na formação pessoal de uma pessoa.
A tradição, infelizmente, já não é o que era, as pessoas já não usam regularmente a capa e batina e, quando usam, dizem que usam o traje; as que não usam olham de lado para as que usam e perguntam se não têm roupa lavada em casa. Na minha opinião, há que reviver estas tradições, reviver o amor pela capa e batina, quem sabe esteja a faltar o amor por esta cidade.

Para que não haja dúvidas, sou completamente contra certas praxes, mais agressivas, mais abusicas, que se verificam na Escola Agrária e noutras instituições de ensino superior em Portugal. Não me digam que a posição natural dos caloiros, as bestas, que é a de estarem de quatro, é uma forma de humilhação, porque, apenas o é, devido a perversidades que vos ocorrem nas vossas mentes pecaminosas. Não vou estar para aqui a relatar todas as praxes que existem, porque ou as sabem, ou, se não as viveram, não sabem o que perderam.

Assim, revejam todos os bons (ou maus, se for o caso) momentos que viveram no vosso primeiro ano de Universidade e pensem quantas vezes na vossa actual ou futura vida profissional terão vocês de trabalhar em equipa ou demonstrar que o vosso grupo é unido? Quantas vezes estarão em posições físicas ou psicológicas desconfortáveis e terão de lidar com a pressão ou vergonha(atenção, vergonha não é, necessariamente, humilhação)? Quantas vezes terão vocês superiores hierárquicos que não o merecem ser, mas devem ser respeitados, não vão vocês ser despedidos?
Não viveram essas mesmas situações análogas na vossa vida universitária?
Por isso, sim, sou a favor da praxe.
Outros posts virão sobre a praxe, um dia, quando a inspiração me vier bater à porta

Saudações,
Bzatanight Night Bitraizen com Bzatapan um bocadinho de Bziriri e uma beca de Bzararan, mais conhecido por Bziriguito.

domingo, 26 de abril de 2009

Vinte e Cinco barra Quatro

Parece que hoje é o 25 de Abril.. Oops!, o vinte e cinco barra quatro. Parece que já foi há uns anitos. Se calhar, já foi mesmo.
Há pessoas que dizem que é o dia da libertação nacional e vão jantar fora e comemorar como se tivesse sido ontem. Outros dizem que é o dia de luto nacional e ficam a deprimir e a ressacar como se fosse hoje.
Para mim, este ano, é um dia especial. Mas especial como quase todos os outros 364. Não, não estou a ressacar. Estou a tentar estudar, ou melhor, a tentar fingir que tento estudar. Nos outros anos era melhor; era feriado durante a semana e não tinhamos aulas. Este ano parece que é para encher chouriços.
Será que ainda dá aquela série anual do 25 de Abril? Antes passava-me com aquilo; vê-la uma vez era de homem, mais do que uma era irritante. Agora já não vejo televisão.
Bem, ela por ela, parece que é um dia especial e como quase todos os outros dias do ano e dos anos anteriores. Só queria ser antigo e ter uma razão para festejar ou deprimir neste dia. Hmm.. Não. Só queria ser novo e não ter que estar a fingir que estudo e a tentar arranjar uma razão para festejar este dia.
Talvez tomemos demasiadas coisas como adquiridas, quiçá a Liberdade, quiçá as flores.
.
P.S. - Afinal parece que foi ontem. Parece que ando um bocadinho perdido no tempo. E ressaquei um bocadinho, mas não demasiado.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rita Pereira sofre ACIDENTE

Estava eu, ontem, a sair da minha fantástica faculdade, a caminho da paragem de autocarro, quando, para meu espanto, vejo nas revistas, em letras garrafais "RITA PEREIRA TEVE ACIDENTE". Fiquei eu, como é óbvio, bastante nervoso, não fosse estar a lesionar-se tanto talento português e, por iss, mal chego à internet, começo a procurar na net o que havia acontecido à rapariga, girinha por sinal.



Ora bem, tragédia nacional! A rapariga abriu um corte no braço quando foi abrir a janela e esta se partiu, num restaurante. E, pior, desmaiou, coitadinha - por acaso até lá queria estar para a consolar, pobre aleijadinha. - só acordando na presença do INEM que se ia assegurar que a rapariga se encontrava em perfeitas condições como costuma ser hábito.



O fantástico disto tudo é que as revistas aproveitaram logo para dramatizar a situação toda, só mesmo para tentar vender... Como é possível?! Oportunistas!



E são de tal modo egoístas que nem indicaram o número de telemóvel dela para eu me oferecer a tomar conta da pobre Ritinha que tinha um corte enorme no braço e que, mais dois milímetros de profundidade, poderia paralisar o braço! Para sempre! Bem, do mal o menos esperemos que fosse o braço esquerdo.



Ainda assim, é sempre de louvar o fantástico profissionalismo da Rita Pereira que, poucas horas depois do ACIDENTE, honrou os seus compromissos profissionais e foi fazer uma actuação da belíssima peça, a de teatro, não a rapariga, "Os Produtores", não conseguindo apenas fazer a segunda parte da encenação, provavelmente devido a fraqueza. Coitada, também não exijam demasiado dela!



Enfim, ainda bem que ela está aí de novo com as curvas e para as curvas, para agradar a nossa visão tantas vezes denegrida pelo quotidiano da nossa outra metade da sociedade.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Gang das Piscinas: Espelho do Futuro da Sociedade Conimbricense?

Quando era pequenino e andava no secundário, sempre que passava, da escola para o centro comercial, ou do centro comercial para a escola, no meu já longínquo 12º ano, no entremeio, junto às piscinas municipais, via sempre um grupinho presente desde a hora de almoço, nessa zona. Grupo do qual, curiosamente, nenhum, ou quase nenhum, não esteja eu a ter um lapso de memória, aluno da dita escola, Infanta D. Maria. Mas era certinho, todos os santos e não-santos dias, ao início da tarde, lá começavam eles a aparecer, o entretanto chamado "Gang das Piscinas".
Cresci eu, e, para meu espanto, sempre que saio no meu autobus, junto à minha encarecida escola, lá continuam eles! Os mesmos! Não, calma, há mais! Têm membros novos!
Arrisco-me a dizer que, por vezes, quando lá passo, sinto assim um arrepio pela espinha, encontrando-me eu receoso pela minha integridade física, não me vá acontecer alguma coisa. Digamos que são uma mistura de elementos mitras, songoku's, passando, como não podia deixar de ser, pelo "morangos com açúcar", que não é carne nem é peixe, mas também se nota à distância.
Confesso novamente a minha incredulidade quanto à sua vida, porque eles não fazem nada da vida, ou pelo menos parece! Quiçá uns actos ilícitos pelo meio, quiçá uma preparação de um monopólio como o do Psicológico, que passa de carrinho de cachorros a mastermind do cachorro em Coimbra que até já tem um bar no estádio municipal.
Os songokus, parece-me foram novas aquisições o que denota aqui alguma inteligência da hierarquia superior deste gang, dado que, ao menos aparentemente, parece querer inovar e estar na vanguarda dos (in)felizes novos estilos dos jovens portugueses, não descurando a parte nova, mas já mais tradicional do mitranço e morangos com açúcar, novela que, se Deus se mantiver distraído, já vai para a sua sétima edição.
Não me esqueço de, quando um dia estava no centro comercial, o chamado dêvê, com um amigo mais velho e, no elevador, aparecem três candidatos a ganguer das piscinas ou quiçá mesmo novos associados (pois sim, que aquilo cresce que se farta!, tenham cuidado!) , com um estilo notoriamente "amorangado". Troco um olhar cúmplice com o meu amigo do género:"Nota-se a léguas que estes gajos foram mal influenciados.", mas não já fosse o suficiente, um deles vira-se e manda um orgulhoso:"Os Morangos são uma ganda rampa de lançamento pa! Aquilo dá oportunidades comó caraças a um gajo" (peço desculpas pelo calão, mas se citamos uma pessoa, temos de citar tudo). Nós bem que nos tentámos controlar, mas, impossível. Foi um fartote de rir, obrigando-nos a abandonar, quase de imediato o elevador, o que os deixou certamente embaraçados ou, possivelmente, confusos, por não saberem o que motivou tanta risada.
Isto leva-me a um último ponto, porém muito importante, que é o estado da programação televisiva infantil em Portugal, que é, digamos, no mínimo deprimente. Para além dos famosos "Morangos com Açúcar" e recém produzido "Rebelde Way", não esqueçamos as Floribella's e os já menos conhecidos programas da RTP2, "Pistas da Blue" e afins. Quando, faço zapping à procura de alguma série ou programa interessante na televisão e, infelizmente, passo por um destes programas, eu só me consigo perguntar "Mas com que raio é que andam a impestar a cabeça dos miúdos?".
É que, se virmos bem a questão, tendo, certamente, o Gang das Piscinas tendo sido influenciado por programas pioneiros bastante semelhantes a este, como o foram os "Morangos com Açúcar", tendo sido, por isso, vítimas de apenas uma pequena parte da informação que rodeia a nossa sociedade mais piquena, nem quero imaginar como é que vão ser os futuros membros responsáveis pela nossa sociedade ou pior!, como irão ser os futuros membros do, já temido, Gang das Piscinas?

sábado, 18 de abril de 2009

II

"...
É noite.
Olho para as estrelas, ao longe, no ceu.
Conheço-as, mas não as reconheço.
Sei-lhes a essência, mas não lhes sei o nome.
Preciso, tenho de as compreender.
Ouço uma voz...

Senta-te.
Olha para as estrelas.
Regressa.
Não olhes mais para trás nem pares.
Luta.
Clama ao mundo o que verdadeiramente
Queres, os teus sonhos.

Levanto-me.
O sol nasce no meu horizonte.
Estaco...
O vento bate contra mim.
Avanço.
Vou lutar.
Reclamar as minhas estrelas.
Alguém para me deter ?"
Ricardo Pereira

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"És sonho meu, és minha paixão.
Tenho que te viver toda,
Tenho de te tornar parte de mim,
Para te levar comigo.
Que será de mim, meu amor ?
Que será de mim sem Ti ?
Que será de mim sem o teu cheiro lúcido e insano ?
Que faria eu sem o teu acordar de manhã ?
Sem a beleza dos caminhos do Teu corpo ?
Sem as odiosas curvas
Que acabei a amar profundamente ?
Sem lembrar a história
De cada traço Teu ?

Ai Coimbra ! Que Saudade !
E ainda nem parti...
Vão-me restar as memórias...
As memórias de mim
Orgulhosamente preto,
A percorrer-te, a perder-me
Na imensidão do Teu amor.

As memórias de,
Sobre o Teu rio preguiçoso
Admirar o Teu vestido branco.
As sombras da minha capa
Absorvem tudo o que já vivi
E absorverá tudo o que viverei,
Todas as memórias,
Enquanto desliza pela Tua pele.
Mas serão apenas isso:
Memórias.


Esta vida é breve.
Breve demais.
Tenho de a viver.
Tenho de a viver toda.
Que será de mim ? "

O Magnífico





Agora porque é cedo, agora porque é tarde. Agora por isto e por aquilo. Agora porque sim e porque não. Agora porque sinto que é agora. E, principalmente, porque assim, Magnífico, não vais ter controlo sobre quando nos voltamos a ouvir, quiçá falar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

I

Aguardo, na planície.
Sinto o chão nos meus pés.
Respiro a brisa que passa por mim.
Conheço-lhe o cheiro, é meu,
Como toda a natureza é minha
E eu sou dela.

Baixo o olhar.
Ali está.
Ali está o exército que vou enfrentar.
A adrenalina inebria-me,
Os sentidos preenchem-me
E bloqueiam a razão.
Preparo-me, anseio,
Espero, quase desespero.

Quero. Quero terminar isto
Quero romper, quero chacinar...
Quero... Não.
Não quero.

Volto a olhar para a infinidade
De céu acima de mim.
Respiro.
Regresso a mim.
Porque não vivo e não mato?,
Porque não sangro e não morro?,
Pela fantasia que há em mim.
Porque vivo sem vivê-la.
Porque sou eu por ser eu.
Porque perdido no meu caminho
Encontrei-me a mim mesmo.

Não quero morte. Não quero os despojos.
Eles não valem o sangue.
Não quero sangue !
Não quero mortes...

Entrei em brigas, em batalhas, em guerras !
Lutei e, sem saber lutar, ganhei.
Sabia com o que contar,
Sabia o que esperar.
Não estava perdido, não estava sozinho.
Mas, nesta guerra, estou sozinho,
Estava sozinho.
Andei à deriva
Sem saber o norte,
Sem saber para onde lutar.
Aprendi a fazê-lo.
Aprendi a avançar, aprendi a recuar.
Aprendi a rechaçar até o ar.
Aprendi a quase provocar a debanda.
Não aprendi a derrota.
Não me culpo.
Podia ter feito mais,
Podia ter lutado mais,
Mas não, não vou lutar esta guerra.
Fiz o que fiz, porque sim.
É uma resposta tão boa
Como outra qualquer.

Não vou lutar.
Dói. Mais do que lutar, dói não lutar.
Mais do que nos deixarmos ir, dói não deixar.
Não quero. Que glória obteria
Com tal vitória ?
Somar-se-me-iam mortes, apenas.
Espero, descanso,
Esqueço onde estou, esqueço a arte.
Mais tarde, talvez. Mais tarde

Volto a descer o meu olhar.
Vejo o que tenho à frente.
Sinto a brisa, de novo, a passar.
O Sol está-se a pôr.
Aprendi a respeitar a guerra.
Respeito-a, amo-a, talvez demais.
Talvez.
Viro costas,
Porque o Homem é Deus
Quando tem a vontade.

Só espero que não me ataquem agora.
Prefiro morrer em glória
Que de costas para a batalha.
Até pareceria que fugi.
Não vou lutar. Vou-me embora.
O vento passou. O sol pôs-se.


Ricardo Pereira

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Odie, Omer e Yoco

Andava eu a descobrir lixo no meu computador, quando, por acaso, não sei vindo de onde, encontro um texto por aqui, um texto que foi quase um mito nas eleições para a AE, no nosso 12º ano. x]
.
.
.
"
E mais uma vez chegamos a fim de uma semana de campanha.

Apesar de aluno de ideias independentes, no início desta campanha, ao longo desta fui formando a minha opinião e escolhi um grupo que ostentou uma atitude mais que correcta durante toda ela, porque, admitamos, é durante esta semana que uma lista reflecte a imagem do que será durante o resto do ano, se for eleita. Penso que nesta semana houve acções de uma lista que não se ouve, de uma letra que não se lê, com erros ortográficos e semânticos gritantes. Num dos cartazes dessa mesma lista, estava escrito “O H não se lê mas Ora de mudar não faz sentido”. Ora bem, eu penso que é hora de mudar, não sei se me entendem, mas para melhor. Noutro estava ainda escrito “Um dia os alunos ajudar-se-ão”, que, não sei se alguém já reparou, mas os alunos já se ajudam a si próprios, o que era preciso era, isso sim, uma maior entreajuda entre os alunos, penso eu. Deixo também referência a uma fraquíssima expressão de campanha “Hrra-te a nós” (dados confirmados pela 7ª Edição do dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, indicam que não há nenhum verbo “hrrar”) e que, por tamanha humilhação e vergonha que seria comentar esta expressão, não o farei. Mas, como os valores não se vêem através das palavras, mas através de actos e, se é para falar em projectos, eu quero dizer que um dia vou ter uma associação de estudantes, não que me represente (pois isso já é feito), mas que me represente bem. No debate da escola, no qual eu participei, mas não houve tempo para eu poder intervir, foi dito que um dos objectivos era procurar formar uma maior união entre os alunos. Não sei se foi com esse propósito ou não, mas penso que é relevante (caso seja do desconhecimento de alguns membros da escola) salientar que a união tem limites, pois os alunos do 7º e do 10º anos, pelo menos, não podem ingerir bebidas com teor alcoólico. Ouvi que uma lista tinha já um acordo com uma estação de rádio para quando esta fosse implementada na escola, porém penso, que seria do interesse comum a realização de um inquérito para determinar os gostos gerais dos alunos e apenas depois proceder a uma escolha, pois se é para haver uma rádio da qual ninguém goste, mais vale não haver rádio. Foi também referido que tinha que se olhar para o futuro com muitos projectos, porque a escola ia ser remodelada daí a dois anos (pensava eu que estava a votar para uma lista de um ano).

A partir de certo momento desta campanha, quando as minhas ideias começaram a ficar menos enevoadas, comecei de facto a sentir alguma simpatia por uma das listas (já todos devem ter percebido qual, como é obvio) fiquei no entanto reticente, pois foi-me dito que eram um grupo de amigos sem projectos. No entanto, como aluno interessado que estava tentei novamente esclarecer-me e, de facto, fui perfeitamente elucidado sobre o assunto: eram um grupo de amigos? Sim, eram-no de facto; mas porque não um grupo de amigos, com interesses diferentes, porém unidos sobre um mesmo ideal e que saibam que juntos farão uma maior diferença? Que tentem protagonizar uma nova e real vaga de mudança? Foi por tudo isto, e por saber que a terceira lista não tinha objectivos sérios, que optei por uma delas e não por outra, foi por isso que desprezei uma lista que não se ouve, de uma letra que não se lê. Enfim, Horrível. Quero ter uma associação de estudantes que prime pela Originalidade, mas também pela competência, uma associação em que eu tenha Orgulho em ser representado. Assim, tomada a minha decisão, reservei para mim o direito de manifestar a minha opinião, direito ainda permitido a qualquer aluno da nossa escola e, por isso, aqui estou a redigir este manifesto.

Assim, é por todas as razões que aqui foram ditas e outras que me terão eventualmente escapado, que o digo: vamos lutar por algo melhor, pois Hoje NÃO é o dia, É O dia ."

terça-feira, 31 de março de 2009

Homossexualidade - Espécie em Vias de Propagação

Inspirado num post de um blog que recomendo a todos aqueles que queiram mandar umas boas gargalhadas, ou mesmo àqueles que são bem educados e não as atiram, mas as dão, o conhecido vaipaselva, quis aproveitar um comment que um heterónimo meu lá fez - malandreco, passa o dia na concorrência! - para falar num tema já demasiado desgastado na nossa sociedade, a homossexualidade. Como já está muito gasto, pensei eu, não deve haver grande problema em desgastá-lo mais um pouco.
Assumo-me desde já como heterossexual, por enquanto.
Tenho uma grande aversão à enorme tendência demonstrada por esse grupo, infelizmente minoritário, para demonstrar o seu amor em público. Não digam que é perseguição que também pensam o mesmo quando vêem um casal heterossexual a fazer actos explícitos e não são vocês os protagonistas da situação, ahahah.
Por isso, expressões corporais cheias de estrógenio acompanhadas por frases como "Então queridos, tudo bem?" são mais que escusadas. É como digo, deixem-se de tretas. Eu acho muito bem que existam homossexuais, não tenho nada contra eles, aliás, eles que se juntem todos e apareçam muitos mais, mas só homens. Só homens no aspecto em que tendo em conta que dois machos se unem entre si, desde que não seja à frente dos meus olhos, pois ainda fico com uma conjuntivite, deixam disponíveis 2 mulheres, que passam a ser mais duas marés para nós, marinheiros. Em relação às mulheres, não apoio a homossexualidade, apoio antes a bigamia, mas só ocasional, ou seja, quando houver um homem presente para se certificar que elas recebem, de facto, todo o amor e carinho que elas certamente merecem.
Sou mesmo da convicção de que o género masculino das palavras escandalizada, indignada e susceptibilizada, não aparecem de certeza em qualquer dicionário Português-Português, no máximo aparecem no dicionário Português-Anormal.
Não acredito, como muitos dizem para aí, que a homossexualidade é uma doença. Não, é é uma escolha muito bem feita (mantendo-se as condições acima referidas). No entanto, se houvesse outro homem no mundo tão perfeito como eu, eu seria, como induzi no início desta intervenção, gay, ou melhor, bissexual. Porém, como não há duas pessoas iguais e não há ninguém tão bom como eu, mantenho-me, obviamente, com a minha tão bela heterossexualidade.
Agradeço os hilariantes momentos que o vaipaselva me proporciona e, por isso, repito: os cumprimentos de um apreciador, não só do vosso blog, mas também de um bom par de seios e de um belo rabo,
O Magnífico.
ridendo castigat mores

domingo, 29 de março de 2009

Mutatis Mutandis

Não se habituem mal, eu não pretendo fazer uma média de 3 posts por dia, nem perto, quer dizer, não tenho objectivos traçados. Hoje, apenas não tenho nada para fazer, ou melhor, tenho, mas não quero. Aproveito, assim, a expressão mais usada pelo grande, mas temido docente de Calculo I e II, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que é mutatis mutandis, que em português e sem qualquer conotação matemática significa, mude-se o que deve ser mudado.

Cada vez vivo mais desagradado com o país em que vivemos. Não me interpretem mal, mas com uma generalização, errada, obviamente, da população deste nosso País, nada mais posso fazer para além de concordar com o grande Eça de Queirós, "Portugal não é um país: é um local mal frequentado". Mas isto podemos facilmente verificar em qualquer lado.
Os funcionários da maior parte das lojas são rudes e desinteressados e mais uma qualidade de adjectivos depreciativos que, infelizmente, nao me recordo agora, na generalidade do atendimento aos clientes. Digo generalidade, porque quando se avista alguém de um estrato sócio-económico bem mais elevado ou turista rasga-se logo um sorriso nos lábios, na vista da possibilidade de uma gorgeta bem larga. Soubessem eles os clientes e gorgetas que às vezes perdem quando tratam os outros 95% mal. Uma pessoa gosta sempre de ser bem servida e bem tratada e quando é e quando pode, recompensa por o ser. Assim, parece que a expressão "A hospitalidade portuguesa é só para inglês ver" ganha uma natureza bem mais sólida do que seria suposto.
Cada vez que nos questionam acerca de qualquer coisa, a resposta é fácil: "Somos os maiores", quase que apostaria que "Eu sou o máior da minha aldeia!" só existe na nossa língua, a língua portuguesa. Aliás, ainda na semana passada ouvi na televisão um dirigente de nível médio do nosso país, cuja organização não vou indicar disse: "O SLB é mais que um clube, é um país, uma pátria, uma nação!". Convenhamos que não é bem assim, quem é que no seu próprio juízo compara, em termos de igualdade ou mesmo superioridade, a importância de um clube com a do nosso grande País? Importância que, mesmo essa, é bastante reduzida, porque todas as pessoas dizem que somos grandes porque fomos os grandes impulsionadores dos Descobrimentos. Meus amigos, têm razão, fomos grandes, já não somos. Aliás, mesmo quando fomos grandes, podíamos ter sido maiores, mas não fomos. Vivemos sempre com a mente no passado, presa ao passado, quase que enjaulada, o Benfica com os títulos de há décadas atrás, Portugal com os Descobrimentos.
Há muitos especialistas em Portugal, de tudo. Pode não saber nada sobre o assunto, mas fala sobre ele, critica. Quando sabe alguma coisa, é um especialista. O mais engraçado é até, a multidisciplinariedade da especialização que existe. Profissionais de futebol ou até mesmo de jet7 (ou, digamos, pseudo-jet7) ou outra actividade de renome, em Portugal, criticam sem, certamente, qualquer problema de consciência, qualquer medida de cariz económico, social ou outro. Qualquer pessoa conhecida em Portugal é convidada para escrever uma coluna num qualquer jornal, acerca de um qualquer assunto. E o mais incrível é que não são poucas as vezes em que são apoiadas, mesmo quando dizem as maiores barbaridades.
Entretanto vão-se verificando, desde sempre, algumas actividades que, vergonhosamente, vão dando os seus frutos no nosso País, o chamado como diria o grande fundador Batinas, “culambismo”. Exactamente, culambismo. Os culambistas são aqueles que, metaforicamente, lambem o cú aos seus superiores, ou seja, usam e abusam da graxa, para conseguir aquilo que ambicionam, seja notas ou progressão hierárquica.
Mas, enfim, deixemo-nos de criticar pessoas, critiquemos antes ideias, porque é muito disso que falta no nosso País. Reduzamo-nos à nossa insinificância, sim, somos pequenos, muito pequenos, por isso, em vez de olharmos para o passado, temos de ir em busca de um futuro melhor, no qual nos imaginemos; em vez de vermos em cada um as suas características superficiais, prestemos antes atenção aos seus ideais, convicções e competência, isto em termos profissionais, claro está. Nunca misturemos as coisas.
Mas, sim, são os ideais que faltam em demasia no nosso País, pelo menos os certos.

Luz Branca

Diálogos de Loucura?

Nem sei porquê. Eu não estou em Coimbra. Estou, passado um ano, a rever as fantásticas montanhas de Andorra, finalmente. Sim, aquelas brancas. Sim, aquelas tão altas que atravessam as nuvens.
Vou voltar a fazer snowboard, matar saudades, quiçá matar-me a mim, mas sim, ao menos fico feliz, quiçá morro feliz. Sentir a adrenalina enquanto desço aquelas encostas dignas de um sonho.
Fazer uma coisa qualquer com arroz ao jantar, ouvir todos a dizerem que está muito bom e o Guilherme a dizer que está uma merda. Ouvir o Guilherme a marar e dizer que ninguém o respeita e o deixa dormir. Ouvir a puta do argentino que não nos deixa fazer barulho e ir fazê-lo calar-se. Ir voltar a curtir um som com o pessoal. Ver como anda o Secundário, estar com o uns putos fixes que sempre conheci, ir conhecer mais um ou outro, aturar outros que pensam que são e gozar com a maioria.
E vou passar 6/7 dias a curtir bué na mesma rotina que só segui durante os últimos dois anos, mas parece que é desde sempre. Não, ir curtir ainda mais do que nos últimos dois anos: conhecer mais pessoas, beber mais, sair mais, fazer mais snowboard. Ahahah, ir fazer ainda mais snowboard. Desculpem a demora, mas estou a vestir-me, as calças de neve, uma t-shirt, um kispo, um cachecol e um gorro. Não me posso esquecer do protector solar ou apanho outra vez uma quase-insolação como no ano passado eu e o Diogo apanhámos. Calçar as botas, ir buscar os óculos. Pegar na prancha, meter uma barra de cereais, para comer durante o dia, quando tiver fome. Siga, já está tudo, esperar pela porcaria do elevador que está sempre a ser usado. Não vou nada esperar, vou pelas escadas. Chego à garagem, já começo a ficar ansioso, um ano que esperei por me poder voltar a atirar à neve e descer para o outro lado da encosta de Pas de la Casa, como se ontem tivesse sido o meu último dia de neve. Já estamos todos, Bam'bora Home! Começamos a sair da garagem, a luz ofusca-me a vista toda, baixo o candeeiro, já vejo melhor, já estou a acabar de escrever o meu segundo post no blog que criei com a pata. Olho pela janela, a mesma paragem de comboio de todos os dias. Que título vou pôr? Diálogos de Loucura? Não, este foi, certamente, um monólogo, mas sim, louco devo estar eu. Não, "Luz Branca" está bom, foi essa vil luz que me fez sonhar que não estava sozinho e que não estava aqui. Publicar Mensagem.

1 - 0

Mais uma vez, ganhei.
Fui o primeiro a fazer um post neste blog, no meio de uma corrida tão desenfreada para criar este espaço. Criação que, digamos, deu muito mais trabalho do que era suposto; títulos que já estão usados, links na mesma situação, por blogues que, ou estão, agora, completamente abandonados ou, então, sempre o estiveram. Porém não me dou por vencido, vou usar esses mesmos títulos na criação de posts que servirão para colmatar a minha vitória quer sobre esses insanos ignorantes quer sobre uma pata qualquer que apareça por aí a grasnar e, aí sim, continuarei a propagar a minha gargalhada triunfal.

Porquê?

Porque, mais uma vez, ganhei, e também porque, sem dúvida, vou continuar a ganhar.