domingo, 26 de abril de 2009

Vinte e Cinco barra Quatro

Parece que hoje é o 25 de Abril.. Oops!, o vinte e cinco barra quatro. Parece que já foi há uns anitos. Se calhar, já foi mesmo.
Há pessoas que dizem que é o dia da libertação nacional e vão jantar fora e comemorar como se tivesse sido ontem. Outros dizem que é o dia de luto nacional e ficam a deprimir e a ressacar como se fosse hoje.
Para mim, este ano, é um dia especial. Mas especial como quase todos os outros 364. Não, não estou a ressacar. Estou a tentar estudar, ou melhor, a tentar fingir que tento estudar. Nos outros anos era melhor; era feriado durante a semana e não tinhamos aulas. Este ano parece que é para encher chouriços.
Será que ainda dá aquela série anual do 25 de Abril? Antes passava-me com aquilo; vê-la uma vez era de homem, mais do que uma era irritante. Agora já não vejo televisão.
Bem, ela por ela, parece que é um dia especial e como quase todos os outros dias do ano e dos anos anteriores. Só queria ser antigo e ter uma razão para festejar ou deprimir neste dia. Hmm.. Não. Só queria ser novo e não ter que estar a fingir que estudo e a tentar arranjar uma razão para festejar este dia.
Talvez tomemos demasiadas coisas como adquiridas, quiçá a Liberdade, quiçá as flores.
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P.S. - Afinal parece que foi ontem. Parece que ando um bocadinho perdido no tempo. E ressaquei um bocadinho, mas não demasiado.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rita Pereira sofre ACIDENTE

Estava eu, ontem, a sair da minha fantástica faculdade, a caminho da paragem de autocarro, quando, para meu espanto, vejo nas revistas, em letras garrafais "RITA PEREIRA TEVE ACIDENTE". Fiquei eu, como é óbvio, bastante nervoso, não fosse estar a lesionar-se tanto talento português e, por iss, mal chego à internet, começo a procurar na net o que havia acontecido à rapariga, girinha por sinal.



Ora bem, tragédia nacional! A rapariga abriu um corte no braço quando foi abrir a janela e esta se partiu, num restaurante. E, pior, desmaiou, coitadinha - por acaso até lá queria estar para a consolar, pobre aleijadinha. - só acordando na presença do INEM que se ia assegurar que a rapariga se encontrava em perfeitas condições como costuma ser hábito.



O fantástico disto tudo é que as revistas aproveitaram logo para dramatizar a situação toda, só mesmo para tentar vender... Como é possível?! Oportunistas!



E são de tal modo egoístas que nem indicaram o número de telemóvel dela para eu me oferecer a tomar conta da pobre Ritinha que tinha um corte enorme no braço e que, mais dois milímetros de profundidade, poderia paralisar o braço! Para sempre! Bem, do mal o menos esperemos que fosse o braço esquerdo.



Ainda assim, é sempre de louvar o fantástico profissionalismo da Rita Pereira que, poucas horas depois do ACIDENTE, honrou os seus compromissos profissionais e foi fazer uma actuação da belíssima peça, a de teatro, não a rapariga, "Os Produtores", não conseguindo apenas fazer a segunda parte da encenação, provavelmente devido a fraqueza. Coitada, também não exijam demasiado dela!



Enfim, ainda bem que ela está aí de novo com as curvas e para as curvas, para agradar a nossa visão tantas vezes denegrida pelo quotidiano da nossa outra metade da sociedade.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Gang das Piscinas: Espelho do Futuro da Sociedade Conimbricense?

Quando era pequenino e andava no secundário, sempre que passava, da escola para o centro comercial, ou do centro comercial para a escola, no meu já longínquo 12º ano, no entremeio, junto às piscinas municipais, via sempre um grupinho presente desde a hora de almoço, nessa zona. Grupo do qual, curiosamente, nenhum, ou quase nenhum, não esteja eu a ter um lapso de memória, aluno da dita escola, Infanta D. Maria. Mas era certinho, todos os santos e não-santos dias, ao início da tarde, lá começavam eles a aparecer, o entretanto chamado "Gang das Piscinas".
Cresci eu, e, para meu espanto, sempre que saio no meu autobus, junto à minha encarecida escola, lá continuam eles! Os mesmos! Não, calma, há mais! Têm membros novos!
Arrisco-me a dizer que, por vezes, quando lá passo, sinto assim um arrepio pela espinha, encontrando-me eu receoso pela minha integridade física, não me vá acontecer alguma coisa. Digamos que são uma mistura de elementos mitras, songoku's, passando, como não podia deixar de ser, pelo "morangos com açúcar", que não é carne nem é peixe, mas também se nota à distância.
Confesso novamente a minha incredulidade quanto à sua vida, porque eles não fazem nada da vida, ou pelo menos parece! Quiçá uns actos ilícitos pelo meio, quiçá uma preparação de um monopólio como o do Psicológico, que passa de carrinho de cachorros a mastermind do cachorro em Coimbra que até já tem um bar no estádio municipal.
Os songokus, parece-me foram novas aquisições o que denota aqui alguma inteligência da hierarquia superior deste gang, dado que, ao menos aparentemente, parece querer inovar e estar na vanguarda dos (in)felizes novos estilos dos jovens portugueses, não descurando a parte nova, mas já mais tradicional do mitranço e morangos com açúcar, novela que, se Deus se mantiver distraído, já vai para a sua sétima edição.
Não me esqueço de, quando um dia estava no centro comercial, o chamado dêvê, com um amigo mais velho e, no elevador, aparecem três candidatos a ganguer das piscinas ou quiçá mesmo novos associados (pois sim, que aquilo cresce que se farta!, tenham cuidado!) , com um estilo notoriamente "amorangado". Troco um olhar cúmplice com o meu amigo do género:"Nota-se a léguas que estes gajos foram mal influenciados.", mas não já fosse o suficiente, um deles vira-se e manda um orgulhoso:"Os Morangos são uma ganda rampa de lançamento pa! Aquilo dá oportunidades comó caraças a um gajo" (peço desculpas pelo calão, mas se citamos uma pessoa, temos de citar tudo). Nós bem que nos tentámos controlar, mas, impossível. Foi um fartote de rir, obrigando-nos a abandonar, quase de imediato o elevador, o que os deixou certamente embaraçados ou, possivelmente, confusos, por não saberem o que motivou tanta risada.
Isto leva-me a um último ponto, porém muito importante, que é o estado da programação televisiva infantil em Portugal, que é, digamos, no mínimo deprimente. Para além dos famosos "Morangos com Açúcar" e recém produzido "Rebelde Way", não esqueçamos as Floribella's e os já menos conhecidos programas da RTP2, "Pistas da Blue" e afins. Quando, faço zapping à procura de alguma série ou programa interessante na televisão e, infelizmente, passo por um destes programas, eu só me consigo perguntar "Mas com que raio é que andam a impestar a cabeça dos miúdos?".
É que, se virmos bem a questão, tendo, certamente, o Gang das Piscinas tendo sido influenciado por programas pioneiros bastante semelhantes a este, como o foram os "Morangos com Açúcar", tendo sido, por isso, vítimas de apenas uma pequena parte da informação que rodeia a nossa sociedade mais piquena, nem quero imaginar como é que vão ser os futuros membros responsáveis pela nossa sociedade ou pior!, como irão ser os futuros membros do, já temido, Gang das Piscinas?

sábado, 18 de abril de 2009

II

"...
É noite.
Olho para as estrelas, ao longe, no ceu.
Conheço-as, mas não as reconheço.
Sei-lhes a essência, mas não lhes sei o nome.
Preciso, tenho de as compreender.
Ouço uma voz...

Senta-te.
Olha para as estrelas.
Regressa.
Não olhes mais para trás nem pares.
Luta.
Clama ao mundo o que verdadeiramente
Queres, os teus sonhos.

Levanto-me.
O sol nasce no meu horizonte.
Estaco...
O vento bate contra mim.
Avanço.
Vou lutar.
Reclamar as minhas estrelas.
Alguém para me deter ?"
Ricardo Pereira

sexta-feira, 10 de abril de 2009

"És sonho meu, és minha paixão.
Tenho que te viver toda,
Tenho de te tornar parte de mim,
Para te levar comigo.
Que será de mim, meu amor ?
Que será de mim sem Ti ?
Que será de mim sem o teu cheiro lúcido e insano ?
Que faria eu sem o teu acordar de manhã ?
Sem a beleza dos caminhos do Teu corpo ?
Sem as odiosas curvas
Que acabei a amar profundamente ?
Sem lembrar a história
De cada traço Teu ?

Ai Coimbra ! Que Saudade !
E ainda nem parti...
Vão-me restar as memórias...
As memórias de mim
Orgulhosamente preto,
A percorrer-te, a perder-me
Na imensidão do Teu amor.

As memórias de,
Sobre o Teu rio preguiçoso
Admirar o Teu vestido branco.
As sombras da minha capa
Absorvem tudo o que já vivi
E absorverá tudo o que viverei,
Todas as memórias,
Enquanto desliza pela Tua pele.
Mas serão apenas isso:
Memórias.


Esta vida é breve.
Breve demais.
Tenho de a viver.
Tenho de a viver toda.
Que será de mim ? "

O Magnífico





Agora porque é cedo, agora porque é tarde. Agora por isto e por aquilo. Agora porque sim e porque não. Agora porque sinto que é agora. E, principalmente, porque assim, Magnífico, não vais ter controlo sobre quando nos voltamos a ouvir, quiçá falar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

I

Aguardo, na planície.
Sinto o chão nos meus pés.
Respiro a brisa que passa por mim.
Conheço-lhe o cheiro, é meu,
Como toda a natureza é minha
E eu sou dela.

Baixo o olhar.
Ali está.
Ali está o exército que vou enfrentar.
A adrenalina inebria-me,
Os sentidos preenchem-me
E bloqueiam a razão.
Preparo-me, anseio,
Espero, quase desespero.

Quero. Quero terminar isto
Quero romper, quero chacinar...
Quero... Não.
Não quero.

Volto a olhar para a infinidade
De céu acima de mim.
Respiro.
Regresso a mim.
Porque não vivo e não mato?,
Porque não sangro e não morro?,
Pela fantasia que há em mim.
Porque vivo sem vivê-la.
Porque sou eu por ser eu.
Porque perdido no meu caminho
Encontrei-me a mim mesmo.

Não quero morte. Não quero os despojos.
Eles não valem o sangue.
Não quero sangue !
Não quero mortes...

Entrei em brigas, em batalhas, em guerras !
Lutei e, sem saber lutar, ganhei.
Sabia com o que contar,
Sabia o que esperar.
Não estava perdido, não estava sozinho.
Mas, nesta guerra, estou sozinho,
Estava sozinho.
Andei à deriva
Sem saber o norte,
Sem saber para onde lutar.
Aprendi a fazê-lo.
Aprendi a avançar, aprendi a recuar.
Aprendi a rechaçar até o ar.
Aprendi a quase provocar a debanda.
Não aprendi a derrota.
Não me culpo.
Podia ter feito mais,
Podia ter lutado mais,
Mas não, não vou lutar esta guerra.
Fiz o que fiz, porque sim.
É uma resposta tão boa
Como outra qualquer.

Não vou lutar.
Dói. Mais do que lutar, dói não lutar.
Mais do que nos deixarmos ir, dói não deixar.
Não quero. Que glória obteria
Com tal vitória ?
Somar-se-me-iam mortes, apenas.
Espero, descanso,
Esqueço onde estou, esqueço a arte.
Mais tarde, talvez. Mais tarde

Volto a descer o meu olhar.
Vejo o que tenho à frente.
Sinto a brisa, de novo, a passar.
O Sol está-se a pôr.
Aprendi a respeitar a guerra.
Respeito-a, amo-a, talvez demais.
Talvez.
Viro costas,
Porque o Homem é Deus
Quando tem a vontade.

Só espero que não me ataquem agora.
Prefiro morrer em glória
Que de costas para a batalha.
Até pareceria que fugi.
Não vou lutar. Vou-me embora.
O vento passou. O sol pôs-se.


Ricardo Pereira

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Odie, Omer e Yoco

Andava eu a descobrir lixo no meu computador, quando, por acaso, não sei vindo de onde, encontro um texto por aqui, um texto que foi quase um mito nas eleições para a AE, no nosso 12º ano. x]
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"
E mais uma vez chegamos a fim de uma semana de campanha.

Apesar de aluno de ideias independentes, no início desta campanha, ao longo desta fui formando a minha opinião e escolhi um grupo que ostentou uma atitude mais que correcta durante toda ela, porque, admitamos, é durante esta semana que uma lista reflecte a imagem do que será durante o resto do ano, se for eleita. Penso que nesta semana houve acções de uma lista que não se ouve, de uma letra que não se lê, com erros ortográficos e semânticos gritantes. Num dos cartazes dessa mesma lista, estava escrito “O H não se lê mas Ora de mudar não faz sentido”. Ora bem, eu penso que é hora de mudar, não sei se me entendem, mas para melhor. Noutro estava ainda escrito “Um dia os alunos ajudar-se-ão”, que, não sei se alguém já reparou, mas os alunos já se ajudam a si próprios, o que era preciso era, isso sim, uma maior entreajuda entre os alunos, penso eu. Deixo também referência a uma fraquíssima expressão de campanha “Hrra-te a nós” (dados confirmados pela 7ª Edição do dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, indicam que não há nenhum verbo “hrrar”) e que, por tamanha humilhação e vergonha que seria comentar esta expressão, não o farei. Mas, como os valores não se vêem através das palavras, mas através de actos e, se é para falar em projectos, eu quero dizer que um dia vou ter uma associação de estudantes, não que me represente (pois isso já é feito), mas que me represente bem. No debate da escola, no qual eu participei, mas não houve tempo para eu poder intervir, foi dito que um dos objectivos era procurar formar uma maior união entre os alunos. Não sei se foi com esse propósito ou não, mas penso que é relevante (caso seja do desconhecimento de alguns membros da escola) salientar que a união tem limites, pois os alunos do 7º e do 10º anos, pelo menos, não podem ingerir bebidas com teor alcoólico. Ouvi que uma lista tinha já um acordo com uma estação de rádio para quando esta fosse implementada na escola, porém penso, que seria do interesse comum a realização de um inquérito para determinar os gostos gerais dos alunos e apenas depois proceder a uma escolha, pois se é para haver uma rádio da qual ninguém goste, mais vale não haver rádio. Foi também referido que tinha que se olhar para o futuro com muitos projectos, porque a escola ia ser remodelada daí a dois anos (pensava eu que estava a votar para uma lista de um ano).

A partir de certo momento desta campanha, quando as minhas ideias começaram a ficar menos enevoadas, comecei de facto a sentir alguma simpatia por uma das listas (já todos devem ter percebido qual, como é obvio) fiquei no entanto reticente, pois foi-me dito que eram um grupo de amigos sem projectos. No entanto, como aluno interessado que estava tentei novamente esclarecer-me e, de facto, fui perfeitamente elucidado sobre o assunto: eram um grupo de amigos? Sim, eram-no de facto; mas porque não um grupo de amigos, com interesses diferentes, porém unidos sobre um mesmo ideal e que saibam que juntos farão uma maior diferença? Que tentem protagonizar uma nova e real vaga de mudança? Foi por tudo isto, e por saber que a terceira lista não tinha objectivos sérios, que optei por uma delas e não por outra, foi por isso que desprezei uma lista que não se ouve, de uma letra que não se lê. Enfim, Horrível. Quero ter uma associação de estudantes que prime pela Originalidade, mas também pela competência, uma associação em que eu tenha Orgulho em ser representado. Assim, tomada a minha decisão, reservei para mim o direito de manifestar a minha opinião, direito ainda permitido a qualquer aluno da nossa escola e, por isso, aqui estou a redigir este manifesto.

Assim, é por todas as razões que aqui foram ditas e outras que me terão eventualmente escapado, que o digo: vamos lutar por algo melhor, pois Hoje NÃO é o dia, É O dia ."